Estudo JP Morgan: Mulheres em Portugal e Espanha acham complicado investir mas acreditam nos investimentos sustentáveis
O JP Morgan Asset Management aproveitou a oportunidade para reexaminar as atitudes das mulheres em relação aos investimentos e e perceber quais as alterações desde a última pesquisa em 2019. No estudo “Mulheres e Investimentos – Planeando o Futuro”, foram entrevistadas quase 4.000 mulheres em dez países europeus, concentrando-se em conhecer os hábitos de poupança e investimentos durante a pandemia, entendendo como as mulheres investidoras se diferenciam ou como investem atualmente.
A boa notícia é que 64% das mulheres afirmam, neste estudo, que já têm experiência no mercado de capitais como investidoras. Em Portugal e Espanha, onde o estudo foi realizado em conjunto, a proporção de mulheres investidoras é de 65%, estando ligeiramente acima da média do conjunto total de países. No cenário inverso, 50% das mulheres britânicas e francesas afirmam nunca ter feito qualquer tipo de investimento.
Investir eleva a autoestima e confiança, mas as mulheres ibéricas são as mais cautelosas
Quando questionado sobre o que poderia induzi-las a investir no mercado de capitais, um terço das mulheres que efetuam poupanças, referem que gostariam de investir pequenas quantias regularmente. “Isto indica que as mulheres estão à procura de um investimento que funcione mais como um produto de poupança”, refere Pia Bradtmöller, Diretora de Marketing no JP Morgan Asset Management. Mas investir em títulos não ajuda apenas para aumentar a riqueza. Como mostra a pesquisa, investir também aumenta a autoconfiança financeira e até a autoestima, “muitos estudos confirmam uma relação estreita entre segurança financeira e o bem-estar geral. Na nossa pesquisa, descobrimos que mais de três quartos das mulheres que investem fazem planeamento financeiro, por isso não é surpreendente que uma grande proporção de mulheres que investem estejam mais confiantes sobre o seu futuro financeiro”, finaliza Pia Bradtmöller.
Ainda assim neste estudo é revelado que 66% das mulheres ibéricas são muito cautelosas com os seus investimentos, apenas à frente das britânicas com 59%. No lado oposto são as finlandesas e as suecas que mostram maiores níveis de confiança.
De salientar também que 88% das mulheres investidoras em Portugal e Espanha estão muito atentas aos seus investimentos, seguindo de muito perto as alterações dos seus montantes investidos.
Mulheres Ibéricas são mais propensas em investimentos sustentáveis mas acham investir complicado
Os resultados da pesquisa indicam que o investimento sustentável, que geralmente é associado como um meio importante para uma mudança positiva, pode desempenhar um papel fundamental. Quase três quartos das mulheres inquiridas (72%) dizem que o investimento sustentável é muito importante. Para 20%, é mesmo de importância “extremamente alta”. Entre as mulheres com conhecimento prévio de investimentos sustentáveis, 77% são da opinião de que os seus investimentos são positivos para a sociedade. Com as mudanças climáticas a ser a prioridade para 65% das mulheres inquiridas, a sustentabilidade é o foco principal. Aqui se destaca a preocupação das mulheres ibéricas, com 85% das investidoras a afirmarem de extrema importância o investimento em ativos sustentáveis e 73% das mesmas a tentarem investir apenas em investimentos sustentáveis. Das mulheres ibéricas que têm conhecimento neste tipo de ativos, 58% planeiam apenas investir em empresas sustentáveis no futuro. Contudo, apesar do alto nível de interesse por investimentos sustentáveis, apenas um quarto das investidoras que participaram neste estudo, sentem-se bem informadas sobre este assunto.
No geral, o estudo mostra também que a pandemia aumentou a consciência das mulheres na necessidade de planear para enfrentar as incertezas futuras. O “planeamento de emergência” é citado com mais frequência como o principal motivo para economizar, seguido por “poupança para a reforma”. As principais razões para não investir são a complexidade percebida (65%) e as flutuações do mercado de capitais (35%). Neste ponto também as mulheres da Península Ibérica concordam, 65% afirmam que investir é complicado, sendo o grupo de mulheres que revelam mais dificuldade.
Com base nesse aspeto, é reforçado a importância de melhorar comunicação dos produtos financeiros, 49% das mulheres portuguesas e espanholas acreditam que um melhoramento neste ponto, poderia aumentar o seu interesse no acesso aos mercados. Outro elemento importante, de acordo com 50% das inquiridas, para aumentar o nível de participação nos investimentos é a diminuição de taxas e comissões cobradas ou o aumento de incentivos para 44% das mulheres nesta região.
Estudo "Mulheres e Investimentos - Planeando o Futuro"
A pesquisa foi realizada pela companhia de market research Kantar Group em dez países europeus. Além de Portugal e Espanha, foram inquiridas mulheres na Inglaterra, Finlândia, França, Itália, Suécia, Suíça e Alemanha/Áustria (também em conjunto). O estudo foi realizado em janeiro de 2021 com questionários de autoavaliação online. Cada entrevista durou 20 minutos. Foram realizadas 3.968 entrevistas com mulheres entre 30 e 60 anos, sendo metade das entrevistadas na faixa de 30 a 45 anos e a outra metade na faixa de 46 a 60 anos. Poderá aceder à totalidade do estudo neste link.